A Bahia enfrenta uma crise alarmante de violência, posicionando-se como o estado com o maior número de mortes violentas no Brasil desde 2019. Dados do Monitor da Violência indicam que, apenas no primeiro trimestre de 2023, foram registrados 1.289 casos de homicídios dolosos, latrocínios, feminicídios e lesões corporais seguidas de morte .
Especialistas apontam que a política de enfrentamento direto às organizações criminosas tem contribuído para a escalada da violência. Operações policiais intensificadas resultaram em mais de 30 mortes em uma única semana, entre julho e agosto de 2023, em Salvador e cidades da região metropolitana .
O impacto social é profundo. Moradores de bairros periféricos relatam medo constante, perda de jovens para o crime e sensação de abandono. A violência afeta diretamente a qualidade de vida, dificultando o acesso à educação, saúde e lazer, além de prejudicar o desenvolvimento econômico local.
Movimentos sociais denunciam que a militarização das comunidades e a chamada “guerra às drogas” têm resultado em confrontos armados, principalmente em territórios negros, sem reduzir efetivamente os índices de criminalidade .
A situação exige uma abordagem integrada, que vá além do policiamento ostensivo. Investimentos em educação, geração de emprego e políticas públicas voltadas para a inclusão social são fundamentais para enfrentar as raízes da violência e promover a paz nas comunidades baianas.
A sociedade civil, autoridades e especialistas concordam que é urgente repensar as estratégias de segurança pública, priorizando ações preventivas e o fortalecimento das instituições sociais para construir um futuro mais seguro e justo para todos os baianos.