Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente do Brasil e uma das figuras mais polarizadoras do cenário político contemporâneo, moldou sua carreira pública em torno de discursos inflamados e posicionamentos controversos. Nascido em 21 de março de 1955, em Glicério, interior de São Paulo, Bolsonaro começou sua trajetória como militar, alistando-se no Exército Brasileiro em 1973. Após formar-se na Academia Militar das Agulhas Negras, destacou-se por sua postura rígida, mas também por episódios controversos, como sua punição por insubordinação nos anos 1980, após ser acusado de planejar atos de indisciplina contra o comando militar.
A transição para a política ocorreu em 1988, quando Bolsonaro foi eleito vereador pelo Rio de Janeiro. Sua carreira no Congresso Nacional começou em 1991, quando assumiu o cargo de deputado federal, posição que ocupou por sete mandatos consecutivos, ao longo de quase 30 anos. Nesse período, destacou-se pela defesa ferrenha de pautas conservadoras, críticas contundentes ao regime democrático e declarações muitas vezes classificadas como ofensivas e discriminatórias por setores da sociedade civil e organismos internacionais.
Bolsonaro ascendeu ao poder em 2018, após uma campanha presidencial que utilizou estrategicamente as redes sociais, com discursos diretos, ataques a adversários políticos e a promoção de valores conservadores. Sua retórica anti-establishment e promessa de “mudança radical” conquistaram grande apoio de setores evangélicos, militares, ruralistas e de uma base popular insatisfeita com a corrupção e a crise econômica herdada dos governos anteriores. Sua vitória marcou o fim de uma hegemonia de centro-esquerda que dominava a política nacional desde 2003.
Como presidente, Bolsonaro governou sob a bandeira do liberalismo econômico, promovido principalmente por seu ministro da Economia, Paulo Guedes. Entre suas principais agendas estavam privatizações, redução do tamanho do Estado e flexibilização das leis trabalhistas. Contudo, sua administração foi amplamente criticada por questões ambientais, especialmente pelo aumento do desmatamento na Amazônia e pelo enfraquecimento de órgãos de fiscalização ambiental, o que gerou atritos com líderes globais e prejudicou a imagem internacional do Brasil.
A condução da pandemia de Covid-19 marcou profundamente o governo Bolsonaro. Ele minimizou consistentemente a gravidade do vírus, defendeu medicamentos sem eficácia comprovada, como a cloroquina, e criticou as medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos. Sua postura gerou um forte movimento de oposição e levou a múltiplas investigações no Congresso e no Judiciário. Mesmo assim, manteve uma base fiel que o apoiava por considerar suas ações como defesa da liberdade individual e da economia.
No campo político, Bolsonaro enfrentou acusações de autoritarismo, devido às suas frequentes críticas às instituições democráticas, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional. Ele frequentemente insinuava que as eleições poderiam ser fraudadas, levantando dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas, algo que gerou tensão política constante e mobilizaçõe